Feira de Cerâmica MG
36° Edição
Em 2023, a Feira tem curadoria das ceramistas Cibele Tietzmann, Djenane Vera e Emmanuela Tolentino que, juntas, organizaram o evento com artistas de cidades mineiras como BH, Caeté, Nova Lima, Betim, Contagem, Brumadinho, Igarapé, Conselheiro Lafaiete, além de dois expositores de São Paulo - um de Campinas e um da capital. Por dia, são esperados cerca de 2.000 visitantes.
No espaço será possível encontrar vários tipos de cerâmica artesanal, desde peças utilitárias de cozinha, para a casa, adornos, joias, itens de jardim, objetos de design, esculturas e também matéria prima como massas, esmaltes, ferramentas e equipamentos. O diálogo do design com a arte contemporânea e a arte popular se manifesta em tigelas, pratos, esculturas, flores, oratórios e objetos moldados pelas mãos dos artistas.
“São ceramistas produzindo e vendendo seus trabalhos que muitas vezes são peças únicas de criação autoral exclusiva! Então somos mais do que artesãos do barro, somos artistas transformadores de sonhos”, explica Cibele Tietzmann.
Um dos destaques da feira em 2023 é a presença da Cerâmica Saramenha, representada pelo Rosemir Hermenegídio que trabalha há 40 anos no ramo em Conselheiro Lafaiete – cidade onde a técnica é tombada pelo IEPHA e considerada patrimônio imaterial.
A técnica portuguesa chegou ao Brasil no final do século XVIII, trazida pelo Padre Viegas de Menezes que descobriu o barro na região de Ouro Branco/MG. Uma de suas principais características é a coloração variada causada pelo fogo que corre em volta da peça, o que faz com que cada uma seja única e diferente da outra. É conhecida como “louça mineira” e chama a atenção pelo aspecto vidrado conseguido por meio de um esmalte especial feitos com minerais como ferro, cobre, chumbo e manganês, que o trabalho recebe antes de ir ao forno novamente.
Pela primeira vez, a feira vai contar também com a participação do CCBras – Cerâmica Contemporânea Brasileira, que mantém um catálogo de ceramistas de todo o país. O objetivo da entidade é reunir os ceramistas, profissionais ou amadores, que estão ativamente produzindo cerâmica artística no Brasil. “Nosso evento sempre foi organizado com artistas que moram ou trabalham em BH e no interior de Minas. Vai ser a primeira vez que temos a participação de uma associação de ceramistas a nível nacional, que enriquece muito nossa feira”, comenta Emmanuela.
“Uma coisa legal é que, como a feira acontece desde 1999, conseguimos alcançar várias gerações da cerâmica artística. Muita gente participa desde o início e nunca faltou em nenhuma edição”, conta Emmanuela Tolentino que completa: “Depois da pandemia conseguimos ampliar o espaço da feira e dobramos o número de expositores, o que deu oportunidade para os que estão no início de carreira entrarem e outras que a muito tempo não participavam, voltarem a estar conosco, contribuindo para a diversidade do nosso encontro”.